Começou a frequentar nossa quando eu e meus irmãos éramos crianças, tornando-se nosso tio por afinidade.
Todas as sextas-feiras ele chegava para o fim de semana, às vezes sozinho, às vezes com meu pai, já que trabalhavam juntos no Ministério do Trabalho.
Nas madrugadas de sexta para sábado, invariavelmente, pegavam o barco construído com esmero por meu pai e partiam para as célebres pescarias.
Depois, com minha mãe, íamos todos para a praia para encontrá-los e apreciar o resultado, quase sempre positivo, da empreitada.
Era uma época muito boa, sem maldade, com qualidade de vida, em muitos aspectos, melhor que a dos dias atuais.
Esse convívio prazeroso durou anos, até mesmo após o falecimento de meu velho, não havendo um natal e um final de ano que Leão não estivesse conosco.
Nos viu crescer, casar, ter filhos, e somente deixou de nos visitar após 2002, em face de sua já avançada idade (90 e quebrados), temor de sair de casa pela insegurança que nos assola, e problemas de doença de suas também idosas irmãs.
Leão, graças a Deus está vivo, morando em sua eterna Tijuca, e eventualmente mantemos contato por telefone, tarefa um pouco complicada, devido à sua surdez.
Estou pretendendo visitá-lo em breve, junto com Zezé, que, como todos nós, tem por ele enorme carinho.
Leão, nosso querido tio, que Deus o abençõe hoje e sempre, porque você merece, e faz parte de uma categoria excepcional de pessoas, cuja vida nos proporcionou o privilégio de conhecer e amar!
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