quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Reflexões - Há sempre uma segunda chance

Relendo a revista de O Globo, de novembro/08, me deparei com interessante crônica do famoso escritor Paulo Coelho, que anteriormente não dera a devida atenção.

No referido texto, o consagrado escritor fala da possibilidade de dispormos de uma segunda chance para a reavaliação ou reparação de um momento que foi desperdiçado, seja por omissão, descaso ou falta de interesse.
O próprio relata, em sua bela crônica, a oportunidade que a vida lhe concedeu, após quatro anos, de poder reparar de um acontecimento que lhe amargurava, e que lhe trouxe a satisfação de poder desfrutar de uma segunda chance, para corrigir a omissão de outrora.
Lembrei-me, então, que a vida já me proporcionou uma segunda chance muito especial, que me aliviou a alma, especialmente porque a ingratidão que cometi foi contra um cachorro que tive, de nome Banzai (espírito elevado em japonês), ao qual, na ocasião do ocorrido, não percebi o grande equívoco que estava cometendo.
Banzai era um cocker spaniel muito lindo e sapeca, todo preto, com suas enormes orelhas, próprias da raça.
Chegou à minha casa pequeno, e modéstia a parte, foi sempre bem tratado.
Um dia, nos anos 90, eu que não andava lá muito católico, por várias razões, me aborreci seriamente com Banzai, que já vinha causando alguns problemas, desde o instante em que tomou o gosto de fugir para rua.
Nesse malfadado dia, no qual tive que largar um almoço em família para resolver mais uma fuga do danadinho, decidi me livrar do fardo.
Ao resgatá-lo da rua, coloquei o animal em meu carro e saí sem destino.
Depois de andar meio sem rumo, subi uma ladeira que ficava relativamente longe de casa, e ao parar em um largo, onde meninos jogavam bola, perguntei se algum deles teria interesse em ficar com o cachorro.
Diante do silêncio dos garotos, e já me preparando para buscar outro local, eis que surge uma senhora que manifestou desejo em ficar com Banzai.
Larguei o cachorro com ela, e parti imediatamente, sem remorsos.
Não preciso dizer o quanto fui censurado por meus familiares, que adoravam Banzai.
Passados alguns anos, sem que eu não me cobrasse pelo que fiz, ao sair para pegar a barca para trabalhar, minha esposa, buscando cortar caminho para que eu não perdesse a hora, passou numa ruela que mantinha certa proximidade com o ladeirão onde deixei Banzai, e para minha grata surpresa, acabei por reencontrar meu cachorro, fuçando o chão perto do portão de uma casa.
Imediatamente pedi que Zezé parasse o carro, o que fez, embora me alertando sobre a hora.
Incontido, saltei do veículo e chamei, com a convicção que não me enganara: BANZAI, BANZAI!
Não deu outra, o bichinho veio em minha direção, saltitando como sempre, e, ao enroscar-se em minhas pernas, urinou de alegria. Era ele mesmo!
Sem pestanejar, coloquei Banzai dentro do carro, e fui para a estação das barcas, feliz como criança que recupera um brinquedo perdido.
Naquele dia, liguei várias vezes para casa, para saber como estava a readaptação de Banzai e ante as informações positivas, vibrei emocionado.
Prometi, então, que cuidaria de Banzai para o resto de nossas vidas. E assim o foi, até o dia em que sumiu de minha casa, definitivamente.
Os esforços para reencontrá-lo foram em vão, e acabamos por nos conformar com o acontecido.
É obvio que me senti frustrado por não ter podido cumprir integralmente com a promessa de cuidá-lo para sempre, mas, de qualquer forma, gratificado fiquei pelo fato de ter tido a sorte de reavê-lo, e tratá-lo com carinho e compreensão, ainda que por pouco tempo.
Como disse Paulo Coelho ao final de sua crônica inspiradora, "sempre há uma segunda chance na vida", e eu acrescento, tratemos de aproveitá-la!

Um comentário:

Anônimo disse...

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