Nesta seção, dedicada a obras de terceiros, que ficaram em minha memória, reproduzo, fielmente, e com prazer, mais uma das inúmeras e belas criações de Annibal Burlamaqui (primo), extraída de seu livro Babel de Emoções, a saber:
ALNA
Lembras-te, Alna, daquela noite quando
choraste?... Quando - lembras-te? - entre beijos,
te dei meu lenço? - Quase estou jurando
que não recordas mais os meus gracejos
Ah, lembras-te, Alna? Alígeras, voando,
asas de côres dava aos meus festejos
para alegrar-te, doudo, apalhaçando
minhas próprias desgraças em cortejos!
Mas, um dia... (tristíssimo Passado),
num princípio de intérminos abrolhos,
tu te fôste!... e eu sofri!... e ainda penso!
Sim, partiste!... E eu fiquei na cruz pregado
dessa alma, dessa bôca e desses olhos...
- mas nunca tive quem me desse um lenço!


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