quinta-feira, 16 de julho de 2009

Pérolas da Internet - Paulo Sérgio

Como todo mortal, nos dias de hoje, acesso os sites de busca disponíveis na internet para ver, rever, descobrir, prospectar enfim, assuntos que me interessem.

A propósito da recente homenagem ao "rei" Roberto Carlos, ídolo de minha e de outras juventudes posteriores, me lembrei de um cantor surgido nos anos 60, prematuramente falecido aos 36 anos, que, por incrível que possa parecer, fez sombra, ainda que por pouco tempo, ao ídolo-mor da jovem guarda. Seu nome: Paulo Sérgio.

Fenômeno de venda de discos, com sua famosa "Última Canção" (Esta é a última canção que eu fiz para você...), Paulo Sérgio pecou por adotar estereótipo semelhante ao do rei, além de ter a voz parecida.

Rapaz humilde, do interior do Espírito Santo, portanto capixaba como sua majestade, buscou, em seu paradigma, um referencial para se tornar conhecido, talvez por desconhecer que poderia, conforme se viu mais adiante, caminhar com suas próprias pernas.

Parte da mídia, todavia, o perseguiu impiedosamente com acusações de imitador de Roberto Carlos, esquecendo-se que o próprio, em seu início de carreira, se inspirou e até cantou do jeito que o fazia João Gilberto.

A adoção de paradigmas, especialmente na música, inclusive internacional, não foi nem será nenhuma novidade, já que tivemos, por exemplo, Earl Grant, excepcional intérprete e instrumentista americano, cuja voz era parecidíssima com a de Nat King Cole. Danny Williams, fabuloso cantor, também prematuramente falecido, para se ter uma ideia, era chamado de Johnny Mathis britânico.

Maria Rita, filha de Elis Regina, não obstante o sucesso alcançado, até hoje não encontrou um estilo próprio, sendo a cópia mais fiel e bem feita de sua mãe.

Nelson Gonçalves, começou imitando Orlando Silva, e nem por isso deixou de ser menos grandioso do que o segundo.

Quantos artistas de cinema já declaram, publicamente, que se inspiraram em outros, como Paul Newman em Marlon Brando, John Gavin em Cary Grant, o que não foi obstáculo para suas brilhantes carreiras.

Felizmente, de lá para cá, o mundo mudou, e o que ocorreu com Paulo Sérgio, hoje em dia, seria mais bem tolerado.

Uma coisa é certa, Roberto Carlos já teve e ainda terá muitos imitadores, alguns bizarros, outros nem tanto, e penso que com a grandeza de espírito alcançada com a maturidade, acolheria de bom grado Paulo Sérgio, o que, talvez por influência de seus mentores, não o fez na época a que me refiro, mas certamente não poderá negar, posto que os fatos comprovam (basta ver na internet), que seu conterrâneo, que não viveu o tempo suficiente para construir carreira brilhante como a sua, foi, sem sombra de dúvida, muito mais do que um simples imitador, mas um de seus maiores concorrentes.

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